Prova mais tradicional do país chega ao centenário reunindo recordes, personagens históricos e desafios de organização

São Silvestre marca um momento histórico para o esporte brasileiro. A corrida de rua mais tradicional do país completa um século reunindo curiosidades, recordes e personagens que ajudaram a construir sua relevância nacional e internacional. Ao longo de 100 edições, a prova se consolidou como símbolo do encerramento do ano nas ruas de São Paulo.
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Origem da corrida mais tradicional do Brasil
A Corrida Internacional de São Silvestre foi criada pelo jornalista Cásper Líbero, inspirada em uma prova noturna que ele presenciou na Europa. A primeira edição ocorreu em uma sexta-feira (31), em 1925, na cidade de São Paulo, reunindo 146 corredores nas últimas horas do ano.
Desde o início, a proposta era celebrar o esporte e o espírito de renovação do ano novo. Com o passar das décadas, a prova ganhou projeção internacional e passou a atrair atletas de diferentes países, consolidando-se como referência entre as corridas de rua da América Latina.
Com o tempo, à medida que o evento cresceu em número de atletas e em importância, passou a ser realizada à tarde e depois pela manhã do dia 31 de dezembro para:
• diminuir os riscos e custos de segurança de manter ruas e iluminação fechadas à noite;
• evitar intempéries e dificuldades de logística da virada do ano;
• proporcionar mais conforto e condições melhores de prova para corredores e público em geral. Percurso, distância e crescimento
Ao longo da história, a São Silvestre passou por diversas mudanças de percurso e de organização. Atualmente, a distância oficial é de 15 quilômetros, mantida como padrão nos últimos anos.
Mesmo com as transformações urbanas da capital paulista, a corrida preservou seu caráter simbólico, sempre realizada no dia 31 de dezembro, transformando ruas e avenidas em palco para atletas profissionais e amadores.
Participação feminina e recordes recentes
A participação feminina só foi permitida oficialmente a partir de 1975. Naquele ano, as mulheres representavam apenas 6% do total de inscritos. Desde então, o crescimento foi constante.
Em 2025 as mulheres representam 47% dos inscritos, cerca de 25.800 corredoras, um recorde histórico. No total, a prova ultrapassa a marca de 50 mil participantes, entre profissionais e amadores.
Ranking de vencedores e destaques históricos
No ranking masculino, o Brasil lidera em número de títulos, com 29 vitórias, seguido pelo Quênia, com 19, e pela Etiópia, com sete. Apesar disso, o país vive um jejum desde a última vitória brasileira, em um domingo (31), em 2010.
Os maiores campeões brasileiros são Joaquim Gonçalves da Silva, tricampeão entre 1942 e 1944, e Marílson dos Santos, vencedor em 2003, 2005 e 2010.
No feminino, o domínio é africano. O Quênia soma 29 títulos, enquanto Portugal tem sete conquistas, sendo seis delas da lendária Rosa Mota, maior campeã da história da prova. O Brasil aparece com cinco vitórias.
Cancelamento histórico e críticas à organização
Em um século de existência, a corrida foi cancelada apenas uma vez, em 2020, em razão da pandemia da Covid-19.
Apesar da tradição e do prestígio, a organização da prova enfrenta críticas frequentes. Em 2025, corredores relataram problemas na entrega do kit, com falta de camisetas, mesmo sendo itens pagos, e questionamentos sobre a garantia de medalhas para todos os inscritos.
Outro ponto bastante comentado entre os corredores foi sobre os furtos e roubos de kits após a retirada. Segundo relatos de corredores nas redes sociais, alguns kits foram furtados ou roubados para serem vendidos posteriormente.
Nas redes sociais, a organização da prova publicou um comunicado informando que todos os atletas com o número de peito oficial estão aptos a competir, independente da camiseta.






