FPF pune o São José, único clube que leva torcida na falida Copa Paulista e dá tiro no próprio pé! Clube não pode ser punido por atos externos / Por Marco Osio Pugliesi

A decisão da Federação Paulista de Futebol (FPF) de manter os portões do Martins Pereira fechados para a partida entre São José e Portuguesa Santista (marcada para sábado, 16, às 15h) é mais do que equivocada — é autoritária, injusta e profundamente lesiva ao próprio futebol paulista.
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Baseando-se em um episódio ocorrido fora do estádio, a FPF resolveu punir o clube e, principalmente, a sua torcida — justamente a maior atração da combalida Copa Paulista. O ato que originou a medida, segundo a denúncia do Santo André, teria sido uma suposta emboscada contra a delegação do clube do ABC. Na prática, o que houve foi um incidente isolado, contestado pela Mancha Azul, que nega qualquer ataque ou agressão, e que ainda cobra provas concretas de que algo de fato tenha ocorrido da maneira como foi narrado. Pelas imagens, que viralizaram país afora, consta apenas um ato intimidatório, sem qualquer forma de violência física.
Mas o detalhe mais grave é que o suposto ato aconteceu fora do estádio Martins Pereira. Como, então, justificar que o São José Esporte Clube seja punido com portões fechados? Qual a lógica em impedir a entrada de milhares de torcedores apaixonados — que nada têm a ver com o episódio — por algo que não aconteceu dentro da praça esportiva? Onde estava o policiamento? Não houve nenhum esboço de logística para conduzir o ônibus da delegação andreense à Via Dutra? São perguntas que seguem sem respostas!
A decisão do Tribunal de Justiça Desportiva, chancelada pela FPF, prejudica o espetáculo, mina o apelo popular de um torneio que já respira por aparelhos e afasta justamente o único público expressivo que ainda o prestigia. A Copa Paulista sempre foi e é um campeonato esvaziado, sustentado quase exclusivamente pelo engajamento da torcida da Águia. E o que faz a Federação? Ao invés de valorizar esse patrimônio humano e cultural, o afasta das arquibancadas.
A postura da FPF é de um autoritarismo preocupante: decide, pune e fecha as portas sem considerar proporcionalidade ou justiça. A mensagem que fica é de que basta um clube adversário levantar acusações, mesmo sem provas robustas, para que medidas radicais sejam tomadas. Isso não é promover segurança — é sacrificar o torcedor inocente e, por tabela, matar o próprio produto que a entidade deveria proteger.
Enquanto isso, a torcida do São José, impedida de apoiar seu time no estádio, já se organiza para incentivar os jogadores do lado de fora. É o retrato perfeito de uma paixão que resiste às arbitrariedades e que, mesmo injustamente punida, não abandona o clube.
A FPF, ao agir dessa forma, não apenas comete uma injustiça contra o São José, mas também dá um tiro no próprio pé. Porque sem torcida, sem atmosfera e sem respeito ao torcedor, o futebol perde sua essência. E, convenhamos, a Copa Paulista não tem gordura para queimar!
2 Respostas
Cobre do torcedor que intimidar alguém pode custar caro ao clube. FIM.
Não concordo que a FPF está sendo autoritária!