De acordo com o Sindicato, Assembleia da Avibras com credores é suspensa mais uma vez enquanto empresa negocia venda para investidor saudita

A Assembleia da Avibras com credores foi suspensa pela segunda vez consecutiva. Durante a reunião realizada por videoconferência na terça-feira (18), representantes da empresa afirmaram que as negociações para venda da companhia a um investidor saudita podem avançar nas próximas semanas. Diante disso, a assembleia foi remarcada para o dia 10 de abril. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
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Essa é a segunda tentativa frustrada de realização da Assembleia da Avibras. A primeira reunião também foi suspensa por falta de quórum mínimo. Agora, com as negociações em andamento com a empresa saudita Black Storm Military Industries, espera-se que a situação seja resolvida até o final de abril.
Falta de transparência preocupa sindicato
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, há uma falta de transparência por parte da Avibras no processo de negociação. A entidade alega que foi envolvida apenas em uma das três tratativas recentes para venda da empresa e que, mesmo assim, os detalhes foram mantidos sob sigilo.
“Não temos nenhuma confiança na empresa. Não existe transparência nem informações concretas sobre o futuro dos trabalhadores”, declarou o presidente do sindicato, Weller Gonçalves. Atualmente, a Avibras conta com 919 funcionários, que estão em greve desde setembro de 2022.
Penhora de ações e crise financeira
O cenário da Avibras se agrava com decisões judiciais recentes. No fim de fevereiro, a 37ª Vara Cível de São Paulo determinou a penhora das ações da empresa que estão em nome da Rocket Bridge. A medida foi tomada a pedido do “Fundo de Investimentos Brasil Crédito”, que cobra uma dívida de R$ 187 milhões do diretor-presidente da Avibras, João Brasil Carvalho Leite.
Apesar disso, a empresa informou que vai recorrer da decisão e garantiu que a penhora não compromete as negociações com o investidor saudita. A Avibras já tentou vender suas operações para empresas da Austrália e do Brasil, mas ambas as negociações fracassaram.
Linha do tempo da crise
A crise da Avibras se arrasta desde 2022, quando a empresa entrou com pedido de recuperação judicial alegando uma dívida de R$ 600 milhões. Desde então, a empresa enfrentou uma série de dificuldades:
Março de 2022: Pedido de recuperação judicial;
Setembro de 2022: Greve dos trabalhadores por atrasos salariais;
Julho de 2023: Aprovação do plano de recuperação judicial;
Abril de 2024: Início da negociação com a australiana Defendtex;
Junho de 2024: Defendtex desiste da compra;
Junho de 2024: Avibras recebe proposta de um investidor chinês;
Outubro de 2024: Início da negociação com investidor brasileiro;
Dezembro de 2024: Investidor brasileiro desiste da compra;
Janeiro de 2025: Início da negociação com a empresa saudita Black Storm Military Industries.
Com a assembleia adiada novamente, trabalhadores e credores aguardam ansiosos pelo desfecho da negociação. A próxima reunião está marcada para o dia 10 de abril e pode ser decisiva para o futuro da Avibras.
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3 Respostas
Empresa da China queria comprar 49% das ações os EUA fizeram pressão desistiram, tem que enfrentar os EUA eles sempre atrapalhando o Brasil e muitos países no mundo.
Espero que o Sindicato não seja tão rigoroso nas exigências. Lembre-se que em qualquer negociação de dívidas e obrigações, ao contrario do juros e correções, a multa é um item a ser negociado, com redução de valor e ou parcelamento. Tendo como objetivo principal, a volta das atividades, retorno dos colaboradores, que muitos estão se virando com pequenos serviço autônomo (bicos),.Assim cuidarem de si de suas famílias de maneira digna e justa.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos prega socialismo aos Trabalhadores constantemente em tudo que é live e eventos, até apoiar o Hamas faz isso, coisa que não tem nada ver com pauta trabalhista. Porém praticam o contrário que pregam, praticam o capitalismo selvagem, não abre mão de 1 real da multa, e
não é por causa dos trabalhadores não, e por causa do desconto que farão a eles, pois isso afetará as receitas do sindicato. Nada é de graça!
A Avibras já demonstrou que não quer seguir mais, sendo uma empresa Brasileira, tomara que se empenhem e paguem os trabalhadores logo pois completará 3 anos já.