Surdo, mudo, autista e com retardo mental, ele fugiu de casa em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo, em outubro de 2020

O dia 27 de maio de 2022 ficará para sempre marcado na memória e no coração da dona de casa Fabiana Santos Borges, de 41 anos. Após um ano e meio, ela reencontrou o irmão Cléber Santos Borges, de 39 anos.
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Surdo, mudo, autista e com retardo mental, ele fugiu de casa em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo, em outubro de 2020, no auge da pandemia da covid-19.
No último dia 5 de maio, ao perceber que Borges não descia em nenhum ponto, o cobrador o encaminhou para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Novo Horizonte, na região leste.
Os funcionários da unidade de saúde acionaram as equipes de assistentes e educadores sociais da abordagem a moradores em situação de rua da Secretaria de Apoio Social que, com a ajuda de exame de papiloscopia (digitais) feito pela Polícia Civil, conseguiram identificar Borges e descobrir sua irmã, agora morando em São Paulo.
“Faz 15 anos que o Cléber foge de casa. Ele ficava comigo três ou quatro dias e sumia, voltando depois. Em outubro de 2020, fugiu e nunca mais o vi. Mas nunca pensei que estivesse morto. Sempre tive fé e esperança de que iria reencontrá-lo”, disse Fabiana.
“Muita gente perdeu parentes na pandemia. Nós tivemos o Cléber de volta. É um dia de festa para mim, para ele e para toda nossa família. Com tanta maldade no mundo, ele encontrou pessoas com grande coração como os funcionários da prefeitura e da Polícia Civil de São José”, completou.
A dona de casa, o marido e Borges embarcaram nesta sexta (27) em ônibus para São Paulo, onde ela pretende matriculá-lo na escola.
“Minha filha de 11 anos não conhece o tio. Será um grande presente para ela também”, afirmou Fabiana.
Vidas mudadas
A assistente social Francisca Erismar de Souza Barbosa e o titular da 3ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Homicídios de São José, Neimar Camargo Mendes, comemoraram o reencontro de Borges com a família.
“Foi um momento único na minha vida poder unir novamente esta família. É mais uma comprovação de como nosso trabalho ajuda na reconstrução de trajetórias de vida”, disse Francisca.
“Que dia gratificante. A Polícia Civil quer ampliar ainda mais a parceria com a Prefeitura e suas equipes de apoio social para que momentos como este se repitam”, afirmou o delegado.
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2 Respostas
Por gentileza atualizar a reportagem.
“retardo mental” é um termo pejorativo que já foi abandonado a muito tempo.
O correto é Deficiência intelectual.
“retardo mental”, “retardado mental”, “deficiente mental”, “doente mental”, são termos que foram abandonados após a Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual, pois carregam um estereótipo negativo.
Por favor, vamos respeitar as pessoas com deficiência.
Tem que usar chips subcutâneo nestas pessoas atualmente. Ajudaria muito saber quem são e onde moram ao scanear o chip com informações.