Segundo a secretaria de Saúde de São José dos Campos, a criança, que tinha um ano e dois meses, deu entrada com bronquiolite – que evoluiu para broncoespasmo seguido de parada cardiorrespiratória

Viralizou nas redes sociais nesta semana um triste desabafo de desespero de uma mãe que havia acabado de perder a filhinha, de um ano e dois meses. Segundo a mãe, Michele Silva, de 36 anos, a pequena M.E. de Almeida faleceu por negligência médica. “Perdi minha filha por negligência médica, por falta de atenção de médicos e enfermeiros. Mataram a minha filha no Hospital de Clínicas Sul (no bairro Parque Industrial, em São José dos Campos). Faço este alerta para que outras mães não passem pelo que estou passando”, relatou Michele, emocionada, em um vídeo.
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A prefeitura, por meio de nota oficial, se posicionou sobre o caso nesta sexta (29). Segundo a secretaria de Saúde, a criança deu entrada no HCS (Hospital de Clínicas Sul) com quadro suspeito de bronquiolite, e apesar de todos os cuidados da equipe médica, evoluiu para um quadro agudo de broncoespasmo, seguido de PCR (parada cardiorrespiratória) – quando foram feitas manobras de ressuscitação, revertendo o quadro e possibilitando a transferência para a UTI pediátrica do Hospital Municipal.
De acordo com o comunicado, no caminho para o Hospital Municipal, que fica na Vila Industrial, zona leste da cidade, a menina apresentou nova PCR e chegou quase sem vida ao hospital, onde as equipes atuaram de forma árdua por cerca de 30 minutos para reverter o quadro, mas infelizmente sem sucesso. Ainda de acordo com a prefeitura, imediatamente após o ocorrido, o HMTJ (Hospital Maria Terezinha de Jesus), gestora do HCS, abriu uma sindicância interna e a secretaria, através de sua auditoria, está acompanhando os trabalhos de apuração do caso.
A Life se solidariza com a família neste momento de profunda dor.
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7 Respostas
Passei numa consulta hoje bem cedo no Clínicas Sul e a médica era muito sem empatia, uma geladeira. O atendimento dela pode até ter sido correto, do ponto de vista técnico, mas não inspirou nenhuma confiança. No caso da menininha, é lamentável ter ocorrido essa fatalidade e, se o atendimento foi tão ruim quanto o que recebi, com certeza dá muita margem para a mãe vai achar que houve negligência, coisa que a Prefeitura (“geito serto”) negará até o fim dos tempos.
Verdade! Tratam muito mal os pacientes, exatamente o q vc falou, frieza, que seja averiguado direito isso, tem uma mãe sofrendo…
É isso mesmo a preocupação tem que extrema.
Minha mãe esteve na UPA DO ALTO DA PONTE internada durante algumas horas. Ressalto com veemência que desde a recepção, triagem, consulta e na enfermaria minha mãe teve um tratamento extremamente profissional, com delicadeza , atendimento humanizado por parte do médico e enfermeiros.
Muita das vezes, transformamos e tornamos aquela, até uma única, experiência ruim, desagradável e insatisfatória como coletivo e perpétuo. Não podemos nos basear num único ou poucos exemplos, sejam ruins ou bons e extender para um todo.
Tem várias reportagens em outras fontes de vários anos que os pais acusam a equipe médica de negligência quando um bebê morre, por causa primária, de bronquiolite.
Entendo a revoltada, a negação e a não aceitação, porém esta é uma doença causado principalmente por um vírus. E por isso, se foi usado o protocolo corretamente após o diagnóstico correto, muitas vezes, não depende da equipe médica, mesmo usando todos os recursos disponíveis. A morte acaba sendo uma triste consequência. Uma fatalidade. Pois, somos biológicas, mortais e sujeitos a doenças que podem levar a morte.
Cadê o seu Deus, a fé no Divino, para salvar todas as criancinhas que sofrem pelo mundo. Pelo menos elas poderiam ser salvas das mazelas pelo Todo Poderoso. #SQN E por quê não?
Estatísticas do VSR
Este vírus é responsável por 66,7% dos internamentos de bebês prematuros, segundo pesquisa da BREVI (Brazilian Respiratory Virus Study) publicada na revista Crescer. Os pesquisadores acompanharam mais de 300 prematuros (nascidos com até 35 semanas de gestação) em Porto Alegre, Curitiba e Ribeirão Preto. Os bebês foram monitorados por um ano e entre os vírus associados a infecções respiratórias graves, o VSR foi o mais frequente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o VSR é responsável por cerca de 60 milhões de infecções com 160 mil mortes anuais em todo o mundo.
A princípio, algumas condições favorecem o aumento dos riscos, como:
tabagismo
Tabagismo passivo: criança conviver com fumaça de cigarro dentro de casa
Ambientes pouco ventilados e com aglomeração de pessoas
Desmame precoce: pode afetar o fortalecimento do sistema imunológico do bebê
Como resultado desses hábitos, as internações de bebês por VSR vem crescendo. Nos Estados Unidos nos últimos 20 anos houve uma duplicação nas taxas de hospitalização de bebês por VSR. No Reino Unido essas taxas triplicaram em 25 anos. Em São Paulo observou-se um aumento de 70% nas últimas duas décadas.
A bronquiolite está entre as doenças respiratórias que aumentam nos meses frios de outono e inverno. Acomete principalmente bebês pequenos e, por isso, muitos pais se preocupam e ficam assustados quando seus filhos recebem este diagnóstico.
– Bronquiolite pode ser fatal?
VERDADE. A bronquiolite é uma doença causada por vírus e que pode acometer gravemente as vias respiratórias e causar insuficiência respiratória e óbito, principalmente em bebês pequenos, que foram prematuros ou com quaisquer outras patologias associadas. Importante salientar, no entanto, que esta NÃO é a regra geral. Ao contrário, a maioria das crianças – bebês inclusive- se recupera bem, sem sequelas.
– Antibióticos encurtam o tempo de evolução da bronquiolite?
MITO. Os antibióticos não tem nenhuma ação na bronquiolite. Os antibióticos estão indicados especificamente para infecções bacterianas e a bronquiolite é causada por vírus.
– Quem teve bronquiolite uma vez está protegido para o resto da vida?
MITO. A bronquiolite é habitualmente causada pelo vírus respiratório sincicial ( VSR ). No entanto, outro vírus respiratório, como o adenovírus, por exemplo, pode também ser o microrganismo causador. Por isso, crianças que já tiveram bronquiolite por um agente infeccioso específico pode ter de novo por outro.
– Tem vacina para bronquiolite?
VERDADE. Existe uma “vacina” que é, na verdade, um anticorpo que protege os bebês especificamente contra o vírus sincicial respiratório. Esta forma de proteção, no entanto, não é rotineiramente aplicada em todas as crianças. Está indicada para aquelas que tem maior risco como prematuros ou cardiopatas, por exemplo.
Prevenção
Se a criança adoecer, é importante ficar atento a uma possível dificuldade de respirar, que sinaliza o agravamento da doença.
“O quadro começa com resfriado comum, com o nariz obstruído e coriza, evolui para tosse, que inicialmente é seca e depois fica úmida e, por fim, se percebe que a respiração está difícil. O bebê começa a respirar mais rápido e, se colocarmos o ouvido no peito dele, veremos que há uns barulhinhos diferentes, que não existiam antes, o que chamamos de sibilância”, explica Jones.
“Isso é um sinal de que o bebê está começando a ter dificuldade de respirar. Isso pode ou não evoluir para uma insuficiência ventilatória, que requer internação.”
Com a doença de Laila, Marina Faleiros teve a sua segunda passagem pela UTI por causa da bronquiolite. Sua primeira filha, que hoje tem 4 anos, chegou a ficar internada por causa da doença aos 2 meses de idade.
“Não sei por que, se esse vírus é tão comum, ouvimos falar dele tão pouco. Devia ter uma campanha mais forte nessa época do ano. Se as crianças que não são prematuras não recebem o remédio, a gente fica sem saber”, diz.
De acordo com os médicos, evitar aglomerações de pessoas, manter os ambientes com ventilação adequada e lavar as mãos são as medidas mais importantes para prevenir a infecção de bebês e crianças pelo vírus.
“A contaminação é principalmente por beijo e toque com as mãos. Então os pais devem lavar as mãos sempre e não deixar que qualquer pessoa toque nas crianças ou dê beijo na mão do bebê”