Ação conjunta devolve à natureza espécies ameaçadas e reforça o compromisso com a preservação da vida e da Mata Atlântica

O som das asas cortando o vento marcou um momento de pura emoção na manhã da última sexta-feira (31), no Sítio do Jacu, em Caraguatatuba. Cento e vinte aves silvestres, antes vítimas do tráfico ilegal, voltaram a sentir a liberdade em meio ao verde da Mata Atlântica — um reencontro com o que sempre foi delas por direito: o céu.
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A ação conjunta reuniu a Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Caraguatatuba, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Parque Anhanguera, em São Paulo, e representantes ambientais, numa operação técnica e, ao mesmo tempo, profundamente simbólica.
Grande parte das aves havia sido resgatada do tráfico de fauna, uma das maiores ameaças à biodiversidade brasileira. Após meses de reabilitação, elas foram soltas em uma Área de Soltura e Monitoramento (ASM) habilitada, onde poderão viver livres e contribuir para o equilíbrio ecológico da região.
O local escolhido, o Sítio do Jacu, é um verdadeiro refúgio ecológico, cercado por florestas de restinga, paludosa e ombrófila densa, além de cursos d’água cristalinos que alimentam a vida em todas as direções. As matas da Tabatinga e Mococa são reconhecidas por sua importância extrema para a conservação da biodiversidade, abrigando espécies raras e ameaçadas.
“Libertamos várias espécies que já constam em listas de extinção. As aves são fundamentais para a disseminação de sementes, garantindo a regeneração das florestas e atraindo o ecoturismo de observadores do mundo inteiro ao nosso litoral”, destacou Eduardo Leduc, responsável pela Área de Soltura e Monitoramento do Sítio do Jacu.
Entre os participantes da ação estavam crianças especiais do bairro Sertão da Quina, em Ubatuba, que viveram uma verdadeira lição de educação ambiental — um aprendizado sobre respeito, empatia e harmonia com a natureza.
A secretária adjunta de Meio Ambiente, Ana Carolina Muri, emocionou-se ao falar sobre o significado do momento:
“A soltura é um ato técnico, mas também profundamente simbólico. Representa o respeito e a devolução da liberdade a seres que nunca deveriam ter sido retirados da natureza. Podemos admirar os animais sem aprisioná-los.”
O voo das aves sobre as copas da floresta encerrou a manhã com aplausos e olhos marejados. Um lembrete de que proteger a natureza é, acima de tudo, proteger a própria vida — e que cada libertação é uma vitória da esperança sobre o egoísmo humano.
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